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10 coisas que você precisa saber sobre o perigo da mídia
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1. A mídia nos alimenta com um fluxo interminável de espetáculos que
captura a atenção humana e atrai o olhar da coletividade
Um espetáculo é um momento do tempo, de duração variada, no qual um
olhar coletivo se fixa numa imagem, situação ou evento específicos. Um
espetáculo é algo que captura a atenção humana, um instante em que
nossos olhos e cérebros focam e se fixam em algo projetado para nós.
Numa sociedade como a nossa, fundamentada no ultraje, espetáculos são
muitas vezes controvérsias — o último escândalo no esporte, no
entretenimento, na política. Uma faísca é acesa, ganha força, torna-se
uma chama que viraliza nas redes sociais e incendeia os murais de
notícias de milhões de pessoas. Isso é um espetáculo.
Quanto mais rápida se torna a mídia, tudo é passível de tornar-se um
espetáculo: um pequeno deslize ao falar em público, um comentário
passivo-agressivo de uma celebridade, uma cena de hipocrisia política.
Muitas vezes, os espetáculos mais virais nas mídias sociais são
narrativas maliciosas que, depois, revelam ser rumores sem fundamento e
fake news.[1]
Seja verdade, mentira ou ficção, um espetáculo é sempre algo visível que
atrai o olhar da coletividade.
2. A mídia quer algo de você.
O mundo real à nossa volta se dissolve, não porque nossos espetáculos
sejam falsos ou “fake”, mas porque temos o poder soberano sobre um
cardápio de incontáveis opções de espetáculos. Nós controlamos tudo.
Nosso cetro é o controle remoto. E, nesse bufê de opções digitais,
perdemos de vista os contornos que dão forma à nossa existência
corporal. Tornamo-nos cegos para aquilo que não podemos controlar.
Já não somos nós que buscamos novos espetáculos; novos espetáculos nos
buscam e se apresentam a nós sem exigir mais que um toque na tela — ou
menos que isso. Com a função de reprodução automática, os vídeos são
exibidos, terminam, e então o próximo da lista começa automaticamente. O
recurso de avançar automaticamente para o próximo episódio só aumenta a
nossa farra no Netflix.
Poucos de nós têm contabilizado os impactos dessa cultura televisiva
para a nossa atenção, volição, empatia e identidade.
3. A mídia desperta nosso apetite insaciável pela glória.
Por que buscamos espetáculos? Porque somos humanos — configurados com um
insaciável apetite para ver a glória. Nosso coração busca esplendor ao
mesmo tempo em que nossos olhos vasculham por grandiosidade. Não podemos
evitar.
“O mundo anseia por deslumbramento. Esse anseio foi criado para Deus. O
mundo o procura sobretudo nos filmes”[2]
— assim como no entretenimento, na política, em crimes reais, em fuxicos
de celebridades, em guerras, em jogos ao vivo. Infelizmente, somos
enganados com muita facilidade a desperdiçar nosso tempo naquilo que não
acrescenta nenhum valor à nossa vida. A isso Aldous Huxley chamou “o
quase infinito apetite humano por distração”.[3]
Seja por coisas inúteis ou proveitosas, nossos olhos são insaciáveis.
4. A publicidade pode levar você a hábitos perigosos.
Espetáculos de publicidade constroem hábitos poderosos em nós e nos
tornam compradores incansáveis em busca do poder de mudar nossa própria
vida e nosso entorno com mais uma ida ao shopping.
A massa amorfa do ego autônomo recebe a promessa de uma nova identidade
na forma de um exoesqueleto novinho em folha — um novo bem de consumo
para nos completar e nos dar uma forma no mundo, para moldar a
identidade que desejamos projetar para os outros. Assim, tornamo-nos
consumidores autoconsumidos — compradores autônomos cuja vida recebe
novo contorno e nova forma pelo próximo produto que acrescentamos ao
nosso carrinho de compras da Amazon.
5. A mídia quer moldar nossa identidade.
A imagem é nossa identidade e nossa identidade é inevitavelmente moldada
por nossa mídia. Para usar a sugestiva linguagem de Jacques Ellul ao
falar sobre filmes, nós escolhemos nos entregar vicariamente às vidas
que vemos nas telas e que jamais poderíamos experimentar pessoalmente.
Escapamos para vidas que não são nossas e nos acomodamos à experiência
de outros. Vivemos dentro de nossas simulações projetadas — dentro das
promessas e possibilidades de nossas celebridades mais queridas.
Na era do espetáculo, abandonamos os contornos sólidos de nossa
existência corporal — nossa concha —, a fim de encontrarmos nossa
própria forma e definição enquanto vivemos dentro de uma vida de
abstração conduzida pela mídia. E, por podermos viver inteiramente
dentro do mundo das nossas imagens (consumidas e projetadas), perdemos
nossa identidade e nosso lugar na comunidade. Perdemos a percepção do
que significa estar dentro do corpo que Deus atribuiu e formou para nós.
6. Nossa atenção está sendo explorada pela mídia digital.
Smartphones possibilitam que a indústria da atenção mire em nossas
pequenas lacunas de foco, aqueles momentos em que transitamos entre
tarefas e deveres. Nossa atenção pode ser um tanto flexível, o bastante
para preencher cada lacuna de silêncio em nossos dias, mas, no fim das
contas, ainda é um jogo de soma zero. O tempo de concentração de que
dispomos a cada dia é limitado e, agora, cada segundo da nossa atenção
pode ser alvo da indústria, transformado em mercadoria.
Nossa atenção é voluntariamente estilhaçada num milhão de pedaços,
guiada por nossas necessidades impulsivas, capturada em nossos perfis
digitais e, então, explorada pelos mercadores do espetáculo.
7. Nossa vida de oração está em perigo.
Sim, existem aplicativos e alarmes para nos lembrar de orar. É bom
usá-los. Porém, na era digital, intervalos de nove segundos de atenção
se dissipam em meio a quatrocentos módulos de espetáculo por hora de
Snapchat — um caos espiritual concebido não a serviço da alma, mas a
serviço dos mercadores de atenção. Nossa atenção é finita, mas nosso
chamado à oração persistente é claro. É hora de sermos honestos. O pior
de nossos hábitos compulsivos pelas mídias sociais está preenchendo
nossos dias por completo e corroendo nossa vida de oração.
8. A mídia pode cegá-lo para a glória de Cristo e diminuir seu zelo pelo
Senhor.
Alimentar-se de mídias pecaminosas irá anular suas santas afeições. Sem
dúvida. Mas empanturrar-se de um excesso de mídias moralmente neutras
também irá depredar seu zelo afetivo. Cada um de nós precisa aprender a
proteger prazeres superiores fazendo guerra contra deleites
inferiores.[4] Nossos programas,
filmes e games nos seduzem para que nos entreguemos às telas, um vício
em vídeo o qual Wallace chamou de “um impulso religioso distorcido”, uma
entrega de si que deveria estar reservada apenas para Deus, uma
dedicação idólatra da alma a uma mídia incapaz de nos amar de volta.[5]
Nós, humanos, não apenas temos hábitos — nós somos hábitos, disse
Jonathan Edwards.[6] Portando, a
verdade é que a maior parte de nossa vida não é primeiro deliberada no
nível consciente e depois atuada. Antes, a única esperança para a
santificação dos nossos hábitos e amores é o Espírito. Ele precisa
despertar o seu poder transformador bem dentro de nós e abrir nossos
olhos para contemplarmos o esplendor de Cristo.
9. Seu problema é interno, não externo.
Quando Deus “pôs a eternidade no coração do homem”, ele fez do coração
algo espaçoso, faminto e incansável (Ec 3.11). Anseios pecaminosos
despertam a lascívia em todas as nossas faculdades, inclusive nossa
visão — pois “os olhos não se fartam de ver” (Ec 1.8). Assim como o
inferno e a sepultura engolem e nunca se fartam, “os olhos do homem
nunca se satisfazem” (Pv 27.20).
Os olhos lascivos da humanidade comem, comem, comem, e nunca ficam
cheios. Os olhos mundanos passeiam, incitados por um anseio eterno, em
busca de algum novo espetáculo para trazer paz, descanso e alegria. Mas
a saciedade nunca vem, vai minguando mais e mais.[7]
A raiz do perigo não é o brilho do mundo, mas o pecado dentro de nós.
Olhos desenfreados percorrem incansáveis pela terra, famintos por alguma
nova empolgação. E, até que o inferno e a sepultura sejam engolidos, os
olhos do homem continuarão olhando para os espetáculos do mundo em busca
de algo que eles jamais encontrarão.
10. Você se tornará o que você vê.
O alerta do pastor David Platt é necessário: “Você não se torna parecido
com Cristo sentando-se à frente da TV a semana inteira. E você não se
torna parecido com Cristo navegando na internet a semana inteira. Você
não se torna parecido com Cristo ao encher a sua vida com coisas deste
mundo. Você se torna como Cristo quando contempla a glória de Cristo e
expõe a sua vida, momento a momento, à glória dele”, tudo isso por meio
da revelação de Deus na Escritura.[8]
Para fixarmos nossa mente no Espetáculo de Cristo, somos chamados a uma
disciplina pessoal que é totalmente estranha a este mundo, estranha até
mesmo a nossas próprias inclinações naturais. Aprendemos um novo
discurso divino — uma língua estranha de glória invisível — à medida que
a Escritura alimenta nossos novos apetites pelo Salvador. Nosso novo
apetite nos conduz para Cristo. Nenhum outro fator distingue tão
claramente o apetite do cristão do apetite do mundo por espetáculos
fabricados.
Artigo adaptado do livro A Guerra dos Espetáculos, de Tony Reinke,
futuro lançamento da Editora Fiel.
[2] John Piper, twitter.com, 12 abr. 2017.
[3] Aldous Huxley, Brave New World Revisited (New York: Harper & Row, 1958), 35 [edição em português: Regresso ao admirável mundo novo (Belo Horizonte: Itatiaia, 2000).
[4] Uma rivalidade que parece incongruente, como bem capturado na pergunta retórica de Neil Postman: “Quem está pronto para pegar em armas contra um mar de distrações?”. Neil Postman, Amusing Ourselves to Death: Public Discourse in the Age of Show Business (New York: Penguin, 2005), 156.
[5] David Lipsky e David Foster Wallace, Although of Course You End Up Becoming Yourself: A Road Trip with David Foster Wallace (New York: Broadway Books, 2010), 82.
[6] “Em outras palavras, seres criados não possuem hábitos, mas são hábitos e leis. Edwards escreveu que “a essência [de uma alma] consiste em poderes e hábitos”. Resumo de Sang Hyun Lee’s in Kenneth P. Minkema, Harry S. Stout, Adriaan C. Neele, eds., The Jonathan Edwards Encyclopedia (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2017), 271.
[7] 1Jo 2.15-17.
[8] David Platt, “Unveiling His Glory”, sermão, 16 mar. 2008, radical.net.
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